Hoje fechei os olhos ao me deitar para ver TV, e por alguns instantes imaginei tal cena que mais parecia algo real.
Vi-me em um lugar qualquer onde havia poucas pessoas. Estava sentada em um antigo banco de madeira onde eu, de pernas levemente cruzadas, balançava constantemente a ponta do pé, demonstrando nervosismo ou ansiedade. Entrelacei meus dedos das mãos e os coloquei sob meu joelho. Olhando calmamente de um lado para o outro, meus olhos procuravam por algo que certamente era importantíssimo.
Após certo tempo, depois de tanto olhar ao meu redor, abaixo a cabeça e olho para as minhas mãos ainda postas sob meu joelho. Meu olhar se torna fixo. Foi quando, então, uma voz em particular me chama a atenção. De imediato, ergo minha cabeça e a inclino para a esquerda, na esperança de estar certa quanto ao dono da voz. Meus olhos que estavam espantados fecham-se com doçura ao perceber que a voz, desta vez, se encontrava tão perto quanto podia imaginar; agora estava sob meu ombro direito.
Um breve sorriso surgiu em meu rosto e senti um braço me envolver pela cintura. Senti-me mais aquecida ao sentir aquele corpo ao meu lado. Permaneci com os olhos fechados por mais alguns segundos. Ao abri-los, deparei-me com o rosto que mais se encontra em meus pensamentos. Ele agora estava ali, diante de mim, depois de tanto desejar por aquele momento.
Um sorriso surgiu em seu rosto e uma frase finalmente foi dita: Eu senti tanta saudade! Senti meu coração disparar e minha mão suar frio. Meus olhos se fecharam novamente e um novo sorriso tomou conta dos meus lábios. Recostei minha cabeça em seu ombro. Houve um suspiro duplo. Sem longa demora, volto meu rosto de modo que fique frente á frente com ele novamente. Então eu disse: Não tanto quanto eu.
Aquilo parecia tão real! Eu me sentia tão feliz e ao mesmo tempo tão nervosa. Ao perceber meu nervosismo, ele sorriu novamente e disse como de costume - que por acaso me deixa corada imediatamente - o que sempre me diz. O "minha gata" logo foi pronunciado e foi como uma anestesia para mim, meu corpo. Já não sabia mesmo o que dizer! Na falta de palavras, vejo que tento demonstrar tudo em meus olhos, mas meus braços já não agüentam mais e, sem nem pensar, me vejo suspirando fundo e me inclinando para frente, o envolvendo em meus braços.
A saudade se fez presente na cena e meu coração fisgou forte, me fazendo sentir uma dor nada "confortável". Naquele momento, eu desejei que o tempo parasse e aquele abraço se estendesse por mais um tempo. Antes de me soltar dos braços que me envolviam com firmeza e doçura, percebi que aquele não foi um abraço como os outros; tinha algo somando.
Ao estar novamente frente á frente com ele, consegui me sentir muito melhor após aquele abraço. Percebi que a adrenalina que percorria meu corpo, era fruto do medo que sempre se faz presente em mim. Mas aquele abraço me passou tanta confiança...
Então, ele leva sua mão até meu rosto e passa seus dedos entre os fios do meu cabelo. Levo minha mão junto da dele e deslizo pelo seu punho até chegar perto ao seu cotovelo. Paraliso minha mão em seu anti-braço e o acaricio por alguns segundos. Os dois, então, sorriem. Ele então se inclina em direção ao meu rosto até ficarmos centímetros de distância um do outro. Meu coração parece pulsar mais forte. Puxando suavemente meu rosto para mais perto, ele fecha seus olhos. Ao sentir seu rosto bem próximo ao meu, fecho meus olhos e me entrego ao momento que ele conduz. Quando sinto sua respiração bem perto dos meus lábios, o som da TV me desperta e então vejo que era tudo apenas uma prolongada imaginação dos meus pensamentos...
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